MCK Actua no Festival Terra do Rap no Brasil

O 'rapper' angolano MCK chegou hoje ao Brasil depois de ter sido impedido, na terça-feira, de sair de Angola, disse à Lusa o músico angolano acrescentando que ainda não recebeu qualquer explicação sobre a “interdição”.    “Ainda não me responderam à carta sobre a interdição de terça-feira. Fui tentar hoje no aeroporto de Luanda e saí”, disse à Lusa MCK logo após ter desembarcado no Rio de Janeiro.    Na terça-feira, MCK e um acompanhante preparavam-se para embarcar num voo entre Luanda e o Rio de Janeiro, para uma actuação que vai decorrer hoje no Festival Terra do Rap.   No Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, dois “oficiais que não se identificaram” disseram-lhe apenas que havia um “impedimento por ordens superiores” que não o permitia embarcar.    MCK constituiu advogado, que apresentou uma carta de reclamação ao Serviçosde Migração e Estrangeiros e disse à Lusa que a “interdição sem […]

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Tribunal Absolve Guarda Presidencial que Assassinou Ganga

O Tribunal Provincial de Luanda absolveu hoje o militar da Unidade da Guarda Presidencial que em Novembro de 2013 matou a tiro um militante da oposição angolana, perante os protestos no exterior, que levaram à intervenção da polícia. O militar, com patente de soldado, estava acusado pelo Ministério Público de um crime de homicídio voluntário simples, punível com até 20 anos de prisão, por ter disparado dois tiros na direcção de Manuel Hilberto Ganga, dirigente da organização juvenil da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE). O jovem, então com 32 anos, foi surpreendido na madrugada de 23 de Novembro de 2013 a violar o perímetro de segurança da Presidência da República, na versão da polícia angolana, quando colocava cartazes, juntamente com outros sete elementos da CASA-CE, de contestação ao regime angolano e que o tribunal considerou hoje como "ofensivos à pessoa" do Presidente, José Eduardo dos Santos. […]

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Advogados dos Presos Políticos Recorrem ao Tribunal Constitucional

A defesa dos 15 activistas angolanos em prisão preventiva desde Junho, acusados de prepararem uma rebelião, interpôs um recurso para o Tribunal Constitucional, contestando a recusa do Supremo ao pedido de 'habeas corpus' para a libertação. A informação foi avançada hoje à Lusa pelo advogado Luís Nascimento, apontando "atitude negligente" do Tribunal Supremo na apreciação deste tipo de recurso. Os juízes daquele tribunal, segundo acórdão conhecido no passado sábado, concluíram que os prazos de detenção dos arguidos, contrariamente ao que apontava a defesa, não foram excedidos em setembro, pelo que vão continuar em prisão. "O que aconteceu não foi bem isso. Eles próprios [tribunal] dizem que o Ministério Público promoveu a acusação dentro do prazo, ao 88.º dia [o primeiro limite é de 90 dias de prisão preventiva, podendo ser prorrogado por mais 35 dias]. Então não precisavam mais de prorrogar prazos porque já não havia nenhuma diligência a fazer", […]

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Rapper MCK Proibido de Sair de Angola

O Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) interditou hoje a saída do conhecido rapper MCK, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, impedindo-o assim de actuar no Festival Terra do Rap, a ter lugar no Rio de Janeiro, Brasil, a 26 de Novembro. Segundo declarações prestadas por MCK ao Maka Angola, os oficiais do SME informaram-no de que “tinham instruções para interditar a minha saída, por ordens superiores”. O rapper, de acordo com o seu testemunho, tentou saber junto dos funcionários do SME “se a ordem tinha alguma sustentação jurídica, se era por problemas com o passaporte ou visto”. “Disseram-me apenas que eram ordens superiores e que as instruções eram no sentido de me devolverem o passaporte após a descolagem do voo da TAAG, com destino ao Rio de Janeiro, às 10h30”, explicou MCK. Com o avião já no ar, os oficiais do SME procederam à devolução dos passaportes […]

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Presidente Dos Santos: O Assassínio do Ganga e a Justiça

A Sua Excelência, o Presidente da República José Eduardo dos Santos, 23 de Novembro 2015, passaram dois anos da morte do meu irmão Ganga. Ganga foi morto às mãos da sua Unidade de Segurança Presidencial. A Polícia Nacional emitiu um comunicado, no dia seguinte, a defender o assassínio do meu irmão, nos seguintes termos: “O Comando Geral da Polícia Nacional informa igualmente que na madrugada do dia 23, por volta das 01h30, registou-se a violação do perímetro de segurança do Palácio Presidencial, na Rua do Povo, por um grupo da CASA-CE composto por oito elementos, que foi detido quando procedia à afixação indevida de cartazes de propaganda subversiva de carácter ofensivo e injurioso ao Estado e aos seus Dirigentes, tendo os mesmos sido prontamente neutralizados por uma patrulha da Guarnição do Palácio Presidencial, resultado na sua detenção. Entretanto, durante a transferência do referido grupo para o Comando da USP [Unidade […]

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Carta Aberta: A Procuradoria-Geral da República e a Chantagem

  Da cama do hospital, escrevo-lhe como cidadã deste país perseguida há anos pelo Ministério Público que V. Ex.ª dirige. Em 2013, como primogénita e cabeça-de-casal, fui vítima de denúncias caluniosas, por parte de algumas senhoras que tiveram filhos com o meu pai – Valentim Amões, o malogrado empresário e membro do Comité Central do MPLA – e de um dos meus tios paternos, que desencadearam vários processos contra mim por causa da herança deixada pelo meu pai. As referidas acusações foram o escudo para que a PGR, sem quaisquer fundamentos, decidisse precipitadamente constituir-me arguida, sujeita às seguintes restrições ilegais da minha liberdade: (i) termo de identidade e residência; (ii) interdição de saída do local de residência, sem autorização prévia, para o exterior do país ou para fora Luanda; (iii) apresentação quinzenal na instituição, agora acrescida de (iv) apreensão do passaporte. Estou nestas condições praticamente há dois anos, sem qualquer […]

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As Relações Angola-Portugal numa Perspectiva Histórica

Este é um tempo em que as relações entre Angola e Portugal voltarão forçosamente a entrar num período tempestuoso. As mudanças em curso em Angola colocarão interrogações à diplomacia portuguesa, cuja actuação nos últimos anos se tem pautado por um servilismo oportunista, metaforicamente apelidado de realismo, mas não o sendo. Na verdade, a postura portuguesa não tem sido de realismo, nem sequer de defesa dos interesses de Portugal ou dos portugueses – tem apenas procurado aproveitar, no curto prazo, o máximo de benefícios, sem cuidar do efectivo estabelecimento de relações com a sociedade angolana que garantissem a sustentabilidade das afinidades seculares. O modelo seguido pela diplomacia portuguesa é, de resto, do maior servilismo, com vista a alcançar rapidamente os maiores lucros. Esta postura é sintetizada pelo ex-embaixador e ex-ministro dos Negócios de Estrangeiros português, que depois de deixar estes cargos, se tornou consultor do presidente da República de Angola. Ou […]

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Réu Desmaiado por Uma Hora e Mais Acusações de Desespero

O Ministério Público angolano pretende acusar cinco dos 17 activistas que estão a ser julgados em Luanda por alegada preparação de uma rebelião, do crime de danos, por terem escrito frases de intervenção na farda dos serviços prisionais. A informação foi confirmada hoje à Lusa pelo advogado David Mendes, um dos quatro causídicos que asseguram a defesa destes arguidos, 15 dos quais em prisão preventiva desde Junho, e que já na segunda-feira – no início deste julgamento e o único dia aberto à comunicação social -, se tinham apresentado em tribunal com várias frases escritas na farda, contestando o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos. "Foram levantados processos-crime a cinco dos réus por danos, uma vez que escreveram nas camisolas dos serviços prisionais. No entender da procuradora do Ministério Público, as camisolas são propriedade do Estado e vão ser agora extraídas certidões", explicou David Mendes, relatando a informação transmitida hoje […]

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O Amor e a Democracia Totalitária do MPLA

Nos últimos dias, as autoridades têm promovido manifestações públicas a favor dos órgãos judiciais, através de grupos autodenominados “Justiça sem pressão”. Demonstram, assim, a total incapacidade dos tribunais de administrar a justiça de acordo com a lei. Nessa hora de grande exposição social, os órgãos judiciais entregam-se à mais crua das manipulações pelo poder político, tornando-se numa extensão do Comité de Especialidade da Justiça do MPLA. Volta e meia, os tribunais condenam jovens que são torturados pela polícia, detidos arbitrariamente apenas por tentarem exercer o seu direito de manifestação. Os torturadores são aplaudidos pelas omissões da Procuradoria-Geral da República, que só tem ouvidos para as queixas do MPLA e seus dirigentes. Em Setembro passado, esgotado de argumentos legais para proibir as manifestações que as mães dos presos políticos tentavam organizar, desde Agosto, o governador de Luanda, Graciano Domingos, justificou a sua terceira proibição nos seguintes termos: “Compete-nos comunicar que, estando […]

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A Justiça Descalça

Alguns dos presos políticos, que estão a ser julgados em Luanda, surgiram descalços na audiência de julgamento. Na realidade, quem está descalça é a justiça. Segundo se lê nas reportagens “os jornalistas só estão (…) autorizados a acompanhar o caso na sala das audiências na fase das alegações finais e na leitura do acórdão, ainda sem datas marcadas.”  Nas restantes fases, sobretudo na fase rainha que é a produção de prova, não estão autorizados a estar presentes. Parece que a justificação é a exiguidade da sala. Ora tal motivo não é juridicamente aceitável.  Também se lê que “representantes do corpo diplomático acreditados em Luanda voltaram (…) a não ter acesso ao julgamento”.  Estamos a ter um julgamento nos calabouços? O exercício da justiça é um acto público. Na Antiga Grécia, a justiça era ministrada na praça pública – Ágora; em Roma, que inspirou todo o direito moderno, a justiça era […]

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