O FMI Não Vota

Nas recentes eleições angolanas repetiu-se um padrão frequente após as intervenções do Fundo Monetário Internacional (FMI) em determinados países: a população repudia as receitas do FMI e não se comove com os elogios da organização aos governos no poder. Sem surpresas, este fenómeno aconteceu em Angola. Uma boa parte do escrutínio e do descontentamento traduzido em votos ou em abstenção (outra das vitoriosas destas eleições) resultou do sentimento negativo sobre a economia, em especial, a subida de preços (inflação), o desemprego e a persistência de miséria e fome. Por várias vezes no Maka Angola alertámos que a receita típica do FMI não era suficiente para resolver os problemas económicos angolanos e que, nalguns casos, não se adequava à situação concreta do país (ver aqui, aqui e aqui). Em 2018, escrevemos: “Sejamos claros: Angola não precisa de austeridade; pelo contrário, necessita de investimento em infra-estruturas, estradas, comunicações, portos, educação e saúde. […]

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A Estranha Austeridade de Joel Leonardo

Existem contradições inexplicáveis no exercício dos poderes do Estado em Angola. Há pouco mais de um mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI), por ocasião da sexta avaliação da implementação do acordo com Angola, desdobrou-se em elogios à política de contenção orçamental do governo, vulgo austeridade. E de facto, quer ao nível do equilíbrio orçamental, quer da dívida pública, o executivo alcançou resultados apreciáveis, que agora têm de se reflectir na vida dos cidadãos. É também nesta linhagem que a ministra das Finanças, qual Dama de Ferro, repete o discurso da prudência e restrição orçamental. No entanto, há também quem faça ouvidos moucos a esta política esforçada. A abertura do ano judicial ocorre no dia 22, no Huambo. Para esta ocasião, será disponibilizada e mobilizada uma profusão de meios – desde voos especiais a hotéis e alojamentos, comes e bebes, transportes e demais artifícios para festas com grande pompa. Os juízes […]

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Exército Mobiliza Tropas para Enfrentar a Crise Económica

O coronel António Nelson Gomes, comandante da Brigada de Engenharia e Construção UBM System do Comando do Exército das Forças Armadas Angolanas (FAA), iniciou hoje um processo extraordinário de mobilização de efectivos militares devido ao impacto da crise económica no seio do exército. “Estamos em crise. Não se assustem com as medidas que afectarão os militares. Haverá austeridade e temos de estar preparados”, afirmou o coronel durante a formatura de hoje, na unidade principal da brigada, em Viana, Luanda. O referido oficial citou, como uma das medidas de austeridade a serem impostas entre os militares, alguns cortes salariais. “A austeridade vai durar algum tempo”, enfatizou. Ao discursar perante os cerca de 200 oficiais e soldados presentes na formatura, o coronel disse que a sua unidade não efectuou promoções no ano passado, “porque houve baixa dos preços do petróleo e as promoções criariam muitos gastos para o governo”. O coronel António […]

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