A Liberdade e Detenção dos Sete Magníficos

A 20 de Setembro, sexta-feira passada, fui assistir ao julgamento dos nove manifestantes detidos a 19 de Setembro, no Largo da Independência, em Luanda.   Cheguei ao Tribunal de Polícia na companhia dos advogados da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, Zola Bambi e Afonso Mbinda.   Levava comigo, a tiracolo, a minha câmara fotográfica. A audiência era pública, havia espaço para mais um, mas o sargento da polícia impediu a minha entrada. Alegou que só os advogados podiam entrar. O tribunal situa-se num edifício residencial. No exíguo corredor, à entrada da sala de audiências, estavam sentados, num banco corrido, seis ou sete agentes policiais. O ar era abafado, de fedor humano.   Um agente policial impediu a minha entrada na sala de audiências. Não contestei. Retirei-me do local e aguardei à entrada do prédio.   O Manuel de Vitória Pereira, de 55 anos, tarimbado sindicalista e dirigente do Bloco Democrático, […]

Read more

Manifestante da Vigília do 27 de Maio Detido e Torturado

Emiliano Catumbela, um dos manifestantes da vigília de 27 de Maio abortada pela Polícia Nacional à bastonada, continua detido e encontra-se na 19ª Esquadra, unidade no Catintom, Bairro Rocha Pinto, no município de Maianga. O presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, que é um dos advogados de Emiliano Catumbela, tem tentado avistar-se com ele, sem sucesso, desde terça-feira, dia 28. Salvador Freire localizou o seu cliente ontem, ao fim da tarde, na unidade policial de Catintom, onde o detido foi interrogado sem a presença do seu advogado. Em declarações ao Maka Angola, o advogado adianta que, até ao momento, continua a ser-lhe negado o acesso ao seu constituinte. Emiliano Catumbela deveria ter sido presente a um juiz ontem, 29 de Maio, sob acusação de ofensas corporais, com o processo Nº5618/03-02, mas na Procuradoria-Geral da República (PGR) o magistrado devolveu os autos à Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) de […]

Read more

Soldado Torturado por Comandante

Por Lázaro Pinduca: O comandante da Escola Inter-Armas do Lubango, coronel Teodoro Isaac Suco “Dimuka”, mandou espancar e torturar o soldado José Gabriel Ndifenha “Tenente”. Os actos de tortura, ocorridos no dia 29 de Setembro, incluíram pendurar o jovem soldado de uma árvore por mais de 11 horas. O episódio, que chocou a unidade militar vulgarmente conhecida como Escola de Sargentos, teve lugar após o soldado ter cumprido o seu turno de guarda na porta de armas. Depois de ter sido rendido e quando se preparava para ir para casa, o comandante chamou-o e ordenou que pintasse as árvores dentro do perímetro da unidade. Como era o seu dia de folga, o soldado “educadamente informou que tinha acabado de ser rendido da porta de armas e que estava a preparar-se para gozar a folga, facto que irritou o oficial superior”, informou um segundo sargento que não quis ser identificado. O […]

Read more
1 2 3