O Jornal de Angola não Aprende Nada

Neste tempo de aparente renovação, o que se pode dizer do Jornal de Angola é que “não aprendeu, mas esqueceu”. Vem isto a propósito do recente editorial “O debate autárquico e os cépticos”, publicado a 3 de Julho passado. Mas antes, revisitemos a História. Em 1814, em França, um novo rei Bourbon, Luís XVIII, assumiu o poder depois da tempestade da Revolução Francesa e de Napoleão. O seu irmão mais velho, Luís XVI, havia sido guilhotinado nos alvores da Revolução, em 1793, à semelhança de muitos outros familiares. Mesmo assim, quando restaurou a dinastia, Luís XVIII repetiu comportamentos do falecido irmão morto e perseguiu os antigos revolucionários. Em consequência, a família apenas reinou por mais 16 anos, sendo definitivamente erradicada do trono francês em 1830. Pelos seus erros constantes e reiterados, diz-se dos Bourbons que “não aprenderam, nem esqueceram”. Voltando ao Jornal de Angola: o editorialista dedica-se a um exercício […]

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O Medo e a Luta Pós-Eleitoral

E já está: no dia 6 de Setembro, o regime consumou o roubo das eleições, anunciando resultados em que ninguém acredita. Em reacção, a CASA-CE convocou uma conferência de imprensa em que sublinhou que o escrutínio foi uma votação para a mudança, considerando que os resultados anunciados pela CNE estão eivados de vícios, e rejeitando os resultados eleitorais. Para que seja reposta a verdade eleitoral, anunciou que vai usar os meios democráticos previstos na Constituição, designadamente o recurso ao Tribunal Constitucional. Por sua vez, Adalberto Costa Júnior, presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, afirmou na SIC (canal de televisão português) que nenhum partido reconhece os resultados anunciados, porque eles não representam qualquer apuramento devidamente efectuado. Está assim lançada uma crise sem fim à vista, já que claramente a contagem dos votos desrespeitou a lei. E basta ver que os resultados provisórios e definitivos são exactamente iguais, até à centésima, pelo […]

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Políticos Presos por Corrupção: O Poder do Povo

“Por muitos menos crimes do que os cometidos por D. Carlos I, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XVI !” Assim discursou, em pleno parlamento monárquico de Portugal, em 1906, o famoso político republicano Afonso Costa, que viria a ser primeiro-ministro. Vêm estas palavras à memória a propósito de dois factos indirectamente relacionados: a prisão por corrupção de dois políticos importantes, um no Brasil, outro na Coreia do Sul. No Brasil, o antigo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi acusado, julgado e condenado a uma pena de prisão de 15 anos pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na Coreia do Sul, a recentemente demitida presidente da República, Park Geun-hye, foi detida preventivamente por 20 dias com vista a preparar a acusação de conluio com uma amiga para extorquir dinheiro de grandes empresas, deixando-se subornar. E, no entanto, em Angola, onde […]

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