Polícia Assume Assassinato com Sacos de Feijão e Fuba

A Polícia Nacional e a administração municipal do Cuango procederam, no sábado à tarde, à entrega de um saco de arroz e de um saco de fuba de milho à família do malogrado Pimbi Txifutxi, morto a tiro por um agente da Polícia Nacional durante a marcha do Movimento do Protectorado Lunda-Tchokwé, no Cuango. “Fomos ao comandante da Polícia Nacional [superintendente Caetano Bravo dos Santos] e a administradora municipal [Angélica Umba Chassango] estava presente. Ambos nos disseram que vão assumir o óbito”, afirma Raimundo Pimbi, irmão da vítima. “Vão dar o caixão e deram um saco de arroz, um saco de fuba de milho, cinco litros de óleo e cinco quilos de açúcar.” De acordo com Raimundo Pimbi, que liderou a sua família no encontro com as autoridades, no Comando Municipal da Polícia Nacional, “primeiro, o comandante queria negar a responsabilidade da polícia pelo crime. Disse que deu senha branca […]

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Discussão com o Morto: A Repressão de um Funeral

Optimista incurável, aquele homem de fato preto bem engomado e barba organizada, sorria tranquilo, enquanto caminhava ao meu lado. À berma da estrada, um forte cordão de segurança de agentes da Polícia Nacional, olhava, de forma desarmada, aquela procissão funerária. Pela primeira vez na história de Angola independente, membros da oposição, da sociedade civil e familiares de um político, assassinado pela guarda presidencial, realizavam uma marcha funerária, com cânticos políticos, numa das mais centrais vias de Luanda. Jovens manifestantes e opositores ao regime, regra geral, iniciam as suas manifestações à porta do Cemitério da Santana em direcção ao Largo da Independência, passando pela Avenida Deolinda Rodrigues (vulgo Estrada de Catete), numa distância de menos de dois quilómetros. Este pequeno trecho tem sido, desde 2011, a zona de maior violência política no país. As forças policiais também costumam iniciar os seus actos de violência às portas do Cemitério da Santana, e […]

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Polícia Dispara e Atinge Manifestantes

Efectivos da Polícia Nacional, apoiados por helicópteros da Força Aérea Nacional, repeliram hoje, de forma brutal, a manifestação convocada pela UNITA, em memória dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule. “Por volta das 9h00, eu estava defronte ao Cemitério da Santana, ponto de concentração da manifestação, quando, a partir do cordão de segurança da Polícia Nacional, os agentes fizeram os primeiros disparos contra os manifestantes e atingiram—me com dois tiros no pé direito”, revelou, ao Maka Angola, Feliciano  Malundo Mayungulo, de 40 anos. Segundo Feliciano Mayungulo, outros manifestantes evacuaram-no, de imediato, para um centro médico no Rangel que, entretanto, se recusou a prestar-lhe os primeiros socorros. Acabou por ser assistido na Clínica Sanide, no Bairro Popular. O pai de sete filhos e funcionário numa empresa de tecnologias de informação, reiteirou a sua decisão de se ter juntado ao protesto. “Fui à manifestação porque é uma causa do povo. Não podemos […]

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