Encontro sobre Oportunidades para a Boa Governação

Em nome do Centro de Estudos Ufolo, Rafael Marques de Morais abriu ontem, no Memorial Agostinho Neto, Luanda, o “Encontro sobre Oportunidades para a Boa Governação”, em que se debateram os caminhos que é preciso percorrer para conseguir uma boa governação em Angola. Participaram no evento especialistas de diversas áreas, como Evandro Campos Fernando (Universidade Óscar Ribas), Kwasi Prempeh (Centro para o Desenvolvimento Democrático do Gana), Rui Verde (Maka Angola e Universidade de Oxford), Yuri Quixina (ISPTEC) e Silvestre Francisco (Universidade de Luanda).

Notas de Boas-Vindas

Excelentíssimas senhoras, excelentíssimos senhores, muito bom dia a todas e a todos — sejam bem-vindos ao “Encontro sobre Oportunidades para a Boa Governação”.

Reunimo-nos aqui hoje para debater os caminhos que precisamos de percorrer para conseguir uma boa governação em Angola.

A boa governação é o patamar mínimo a atingir, a partir do qual podemos criar uma sociedade livre e próspera, de que todos sejam parte.

Sem boa governação, não haverá dignificação do povo angolano, este sonho que nos levou à luta pela Independência. Não será possível combatermos com eficácia a corrupção e termos uma economia que elimine a fome, reduza a pobreza da maioria dos cidadãos e gere prosperidade e riqueza para os angolanos.

A chave para que haja no país um serviço público que funcione realmente para o bem comum reside na boa governação.

Temos de exigir sempre, tantas vezes quanto as que forem necessárias, a boa governação. E a boa governação só pode acontecer com vontade política, sem arrogância nem ganância por parte daqueles que têm o poder de decisão. Só pode acontecer se todos aceitarem que o conhecimento sólido, baseado em factos e em dados, deve ser a principal fonte para a tomada de decisões em prol do bem da nação e dos angolanos. Só pode acontecer se os cidadãos se envolverem nos assuntos que vão ser decididos e que lhes dizem respeito. Portanto, a boa governação implica o recurso ao conhecimento, à sabedoria e à participação. O saber e a atenção ao povo são os pilares da boa governação.

O país tem, portanto, de apostar no conhecimento. Se não o fizer, se não apostar no conhecimento, na educação e na promoção de talento, nas competências de cidadãs e cidadãos que se dedicam a estudar as várias áreas do saber, mas, sobretudo, se não procurar compreender e encontrar soluções para as necessidades básicas das populações mais desfavorecidas, a nação corre sérios perigos. A gestão da coisa pública tem de se centrar na obtenção e garantia do bem comum, com sentido de solidariedade, o que passa obrigatoriamente por olharmos para os mais fracos ou desfavorecidos, elevando-os e chamando-os a participar, bem como pela aplicação do raciocínio lógico na administração.

Com estas breves palavras, convidamos a audiência a ouvir atentamente e a participar nos debates que vamos iniciar em seguida, e cujos temas se organizam em cinco painéis:

  1. Políticas Públicas, Valorização do Capital Humano e Dignificação Salarial em Angola
  2. Políticas Públicas, Valorização do Capital Humano e Dignificação Salarial: Estudos de Caso em África
  3. Os Desafios Legais, de Autoridade Moral e de Mentalidade no Combate à Alta Corrupção
  4. A Realidade, os Vícios do Poder e Soluções para a Crise Económica
  5. A Justiça Tributária como Fonte de Criação de Riqueza para Angola

Muito obrigado a todos pela vossa presença!

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