Agente da Polícia Económica Mata Cidadão da Guiné-Conacry

Uma discussão sobre a fiabilidade de uma balança, na cantina do cidadão da Guiné-Conacry, Ali Sow, resultou na morte, a tiro, do seu concidadão Salio Bary, de 30 anos. O caso ocorreu perto das 11h00, quando agentes da Polícia Económica inspeccionavam o estabelecimento comercial no bairro Zango III, no município de Viana, em Luanda.

“Encontraram-me na cantina e disseram que eram fiscais. Verificaram a minha balança e disseram-me que eu tinha falsificado o peso real. Eu expliquei que não e começámos a conversar”, explicou Ali Sow que, com o seu amigo, se preparavam para ir à mesquita para as orações de Sexta-Feira.

O comerciante disse ainda ter solicitado aos supostos fiscais que lhe apresentassem documentos para confirmar a sua autoridade, uma vez que trajavam à civil e sem qualquer elemento de identificação institucional.

Segundo o comerciante, um dos dois agentes que entraram na cantina sacou da pistola para pôr termo à conversa. “Quando o vi a puxar a pistola fugi. O Salio, que estava à porta, ficou assustado e tentou fugir também. O agente deu-lhe um tiro pelas costas”, afirmou.

Os agentes recolheram o corpo do malogrado Salio Bary e foram deixá-lo no Hospital de Viana, onde foi pronunciado como morto. O seu corpo encontra-se actualmente na morgue do Hospital Josina Machel, segundo informações prestadas ao Maka Angola por fonte policial.

A mesma fonte, sob anonimato, adiantou a este portal que os agentes circulavam em duas viaturas Toyota Land-Cruiser, de cor branca.
 
Segundo o oficial, os agentes em causa fazem regularmente vistorias às cantinas geridas por cidadãos africanos, em Viana, para “extorquirem dinheiro aos comerciantes”.

Por sua vez, Bary Mamade, irmão do malogrado, referiu ter recebido informações da Polícia Nacional a confirmar a detenção do autor do disparo e a sua identificação como agente da Polícia Económica. Bary Mamade falou ao Maka Angola minutos depois de ter prestado declarações no Comando Municipal da Polícia Nacional em Viana, no Capalanca.

 “Um agente da polícia matou o meu irmão só por isso”, lamenta o sobrevivente.

Já Abduruahimane, membro da comunidade guineense, contou ter acompanhado o cônsul da Guiné-Conacry, Ibrahima Condé, ao encontro com oficiais da Direcção Provincial da Polícia Económica. “O chefe do departamento, a que pertence o agente que matou o nosso irmão, disse-nos que o disparo foi feito apenas para obrigá-lo a parar e não para o matar”, afirmou.

“Eu disse que um tiro de aviso dispara-se para o ar e não para as costas de uma pessoa”, revelou Abduruahimane.

Maka Angola falou com o segundo comandante municipal de Viana que, inicialmente, prometera uma reacção oficial. Afirmou que só o seu comandante tinha autoridade para o fazer e este não retornou as chamadas. O Gabinete de Comunicação e Imagem do Comando Provincial de Luanda também não atendeu as chamadas.

 

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