Polícia Liberta Regedor Capenda-Camulemba

Por Lusa

O ativista de direitos humanos angolano Rafael Marques afirmou à Lusa que foi libertado o chefe tradicional angolano sua testemunha no processo Diamantes de Sangue, que tinha sido detido hoje de manhã em Angola.

“Mwana Capenda acabou de ser libertado mas está sob termo de identidade e residência e não pode ausentar-se da localidade onde vive, em Angola, sem autorização policial”, disse à Lusa Rafael Marques, jornalista e ativista de direitos humanos que chamou o soba das Lundas, zona diamantífera angolana, como testemunha no caso que está a ser julgado em Portugal.

Nove generais angolanos recorreram à justiça portuguesa para processarem por difamação Rafael Marques, autor de “Diamantes de Sangue”, um trabalho de investigação sobre as Lundas.

De acordo com Rafael Marques, a polícia disse ao soba Mwana Capenda que a detenção está relacionada com um caso que envolveu uma arma de fogo, pouco antes da deslocação do chefe tradicional a Lisboa, este mês.

O caso foi mencionado em Portugal por Mwanda Capenda, que acusou um polícia de o ter ameaçado com uma pistola, numa tentativa de o intimidar para não prestar depoimento como testemunha de Rafael Marques.

O polícia acabou por ser desarmado pelos acompanhantes do soba, que entregaram de imediato a pistola na comissaria da polícia.

Segundo Rafael Marques, durante a detenção, que ocorreu hoje às 09:00 (08:00 em Lisboa) Mwana Capenda foi também questionado sobre a deslocação a Lisboa, onde prestou testemunho em tribunal.

O chefe tradicional angolano esteve presente também num colóquio sobre direitos humanos em Angola que decorreu no dia 07 de fevereiro no Gabinete do Parlamento Europeu, em Lisboa, organizado pela eurodeputada socialista Ana Gomes.

“É muito feio e uma desonra para o país que estas testemunhas estejam a ser estejam a ser perseguidas de forma vil e que a polícia tenha tido a coragem de os questionar sobre o que vieram fazer a Portugal”, disse ainda Rafael Marques, que relatou também hoje alegadas ameaças contra Linda Moisés da Rosa, outra testemunha sua no mesmo caso.

Comentários