O Batom da Ditadura (Revisitado)

Este foi o título de um histórico artigo de Rafael Marques que desencadeou a fúria do regime do MPLA, sentenciando-o a décadas de martírio, de perseguição política e de ostracismo. Nesse artigo, Rafael Marques denunciou com vigor as arbitrariedades do regime que já nesse ano 2000 tentava a todo o custo disfarçar a crueza do comportamento de uma ditadura militar com cosméticas de respeitabilidade. Mas já nessa altura o batom da ditadura começava a não chegar para encobrir o quotidiano criminoso e para branquear a imagem de um MPLA que tentava justificar tudo com a guerra civil contra a UNITA. As denúncias de Rafael Marques trouxeram ao conhecimento do mundo o assalto à riqueza pública em Angola por uma desenfreada quadrilha de “sanguessugas do poder”, como ele lhes chamou, e vários crimes bárbaros que se iam cometendo a coberto da folhagem luxuriante da mata angolana, nessa terrível e desonesta década […]

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Recado a Ditadores

No seu primeiro discurso de aniversário da implantação da República em Portugal, em 5 de Outubro último, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa usou palavras fortes e inequívocas para definir a essência do poder republicano em Democracia. Numa linguagem extremamente clara e directa, o Rebelo de Sousa fez notar que “todo o poder é temporário” e que, em República e em Democracia, ele só pode mesmo ser temporário. Para o líder português, essa limitação temporal é o cerne da mensagem ética que sustenta o conceito de República. Mais directa ainda foi a sua constatação de que, numa República, por oposição ao que se passa numa Monarquia, “o poder não se transmite por herança nem comporta a escolha do sucessor”. Em República, disse Marcelo Rebelo de Sousa assinalando os 106 anos da República Portuguesa, “todo o poder político é limitado pelo controlo dos outros poderes e sempre pelo povo”. Numa declaração […]

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Chora Terra Bem Amada

As justificações do PSD do CDS e do Partido Comunista Português para votarem no Parlamento em Portugal contra uma moção de condenação do regime de Angola pelo tratamento dado aos 17 jovens são bizarras. São tão absurdas  como a estranha aliança que, com espantosa naturalidade, formaram. Tal como no pacto Germano-Soviético de 1939, agora em 2016, marxistas e ultra direitistas uniram-se numa aliança com um objectivo  material em vista. Na altura da Segunda Guerra  Mundial foi o estraçalhar da Polónia. Agora juntam-se abjurando ideologias e unindo esforços para  prolongar por tanto tempo quanto lhes for possível, o saque de Angola.   O PSD alega um “principio de respeito por decisões judiciais”. O CDS invoca uma doutrina, que diz ser a sua cartilha, que professa o silêncio sobre processos judiciais em curso. “Em Portugal e no estrangeiro”, diz Paulo Portas. Horrorosa cartilha esta a do CDS, que tudo permite entre silêncios de […]

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A Horrível Banalização do Mal

Hoje dia 31 de Março de 2016, formou-se no parlamento em Portugal a mais maldita das alianças politicas de sempre neste país. PSD, CDS e Partido Comunista Português votaram em conjunto contra uma proposta do Bloco de Esquerda repudiando os julgamentos e sentenças de Domingos da Cruz, Luaty Beirão, Nito Alves e mais catorze jovens angolanos condenados por manifestarem pacificamente o seu desacordo pelo saque da sua terra pela ditadura oligárquica de José Eduardo dos Santos (JES). O PSD de Passos Coelho, o CDS de Paulo Portas e o PCP de Jerónimo de Sousa tornaram-se cúmplices dos serventuários avençados a peso de ouro pelo regime de JES para o seu trabalho de perpetuar a horrorosa banalização do mal em que se tornou o quotidiano de milhões de pessoas em Angola. Portas, Passos e os Comunistas são hoje parceiros na repelente expedição neocolonial em que uma parte da finança portuguesa decidiu […]

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Ouro Nazi Cravejado Com Diamantes de Sangue

Quando em Portugal se investiga um colossal caso de corrupção com os arquivamentos de processos que envolvem altas figuras angolanas, é preciso um grande despudor para vir a público dizer que é necessário por fim à “tendência para  a judicialização” das relações entre Portugal e Angola. É preciso tanto mais nervo quando o autor destas declarações foi nos últimos cinco anos Ministro dos Negócios Estrangeiros e Vice Primeiro Ministro de Portugal. É claro que o Futungo de Belas gostou. Muito. Paulo Portas foi imediatamente aclamado pelo Jornal de Angola, como sendo “um dos políticos portugueses de referência” pela sua “clarividência” na maneira adequada de “conduzir relações entre Estados”.   Outro jornal de Angola, o Diário de Noticias, publicou um editorial no mesmo sentido. Em Lisboa. Portas fez esta sua profissão de fé na Realpolitik depois de uma curta visita a Angola, no rescaldo da derrota eleitoral do CDS, para abrir […]

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