Recluso Ateia Fogo na Cadeia de Viana em Protesto

O recluso Adão António, mais conhecido por Cara Bom, ateou ontem à tarde fogo nos colchões da cela de castigo, na Comarca de Viana, onde se encontrava há 25 dias.

Segundo fonte do Maka Angola, na cadeia, o jovem causou incêndio na cela, do Bloco D, Ala A, para protestar contra o excesso de castigo que, segundo as regras da prisão, estabelecem um máximo de 21 dias em cela solitária.

A exígua cela solitária estava superlotada com um total de seis detidos. Um dos detidos na solitária contou ao Maka Angola que Adão António exigia o seu retorno à cela comum, após ter cumprido os dias de castigo. Por sua vez, segundo a testemunha, os agentes dos serviços prisionais alegavam a falta de espaço nas celas comuns para o recluso.

De acordo com os detidos, enquanto os colchões improvisados ardiam, os agentes procuravam pelos extintores e depois como saber usá-los. Os reclusos tinham molhado as roupas antes da acção de protesto. Alguns reclusos contaram ao Maka Angola que os castigados entraram em pânico quando as chamas na cela atingiram proporções alarmantes e perigavam as suas vidas.

Enquanto gritavam por socorro,  segundo o depoimento de um recluso, a responsável pelo Bloco D, da Prisão de Viana, intendente Maria Alice, “filmava o incidente com o seu telemóvel”. Ante o aparente descaso da responsável e a inépcia dos seus agentes, um dos presidiários recebeu um dos extintores e apagou o fogo.

A cela queimada é contígua às celas onde se encontram nove dos condenados do Caso 15+2.

Maka Angola contactou o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, que confirmou o incidente. “O recluso em causa é reincidente de tais práticas em atear fogos”, disse o oficial.

Menezes Cassoma afirmou que Adão António “será submetido a medidas correctivas, porque destruiu património do Estado e pôs em causa a vida dele e de outros reclusos”.

 

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