Angolano/a é Cerveja

Pela cidade de Luanda, uma grande campanha publicitária, com painéis gigantes afixados nas laterais de edifícios e em pontos de destaque, anuncia: “Somos angolanos, somos Cuca”. O sentido da imagem publicitária é inequívoco: ser angolano é ser Cuca. E não estão sequer excluídos os recém-nascidos em solo pátrio, que ficam imediatamente associados ao consumo de álcool. A banalização da pessoa humana – em que a cidadania angolana é igualada a uma bebida alcoólica – tem merecido toda a indiferença do governo, da oposição e dos próprios cidadãos. Ninguém se indigna, ninguém se ofende. Somos todos cerveja. De forma extraordinária e com total impunidade, essa campanha tem passado no horário nobre da Televisão Pública de Angola (TPA), um órgão pertencente ao Estado, de todos os angolanos, os mesmos ofendidos e indiferentes. Nas barbas dos deputados, mesmo junto ao edifício da Assembleia Nacional, um órgão de soberania, a publicidade da Cuca está […]

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Médicos Russos em Angola sem Salários Há 18 Meses

A Missão Médica Russa está desesperada com a falta de pagamento de salários a 180 médicos oriundos da ex-União Soviética e que trabalham nos hospitais públicos em Angola. A situação prolonga-se há um ano e meio. De acordo com documentos em posse do Maka Angola, até Maio deste ano, a dívida do Ministério da Saúde para com a Missão Médica Russa cifrava-se em 15 milhões de dólares. Presente no país desde a celebração da independência, em 1975, a Missão Médica Russa tem um contrato com o Estado angolano para a provisão de um total de 341 médicos para o Serviço Nacional de Saúde. Acontece que o Estado angolano entrou em incumprimento no ano de 2018, começando a falhar o pagamento dos salários destes profissionais de saúde, e neste momento já só se encontram em Angola 180 médicos ao abrigo deste programa, oriundos da Bielorrússia, Rússia, Cazaquistão, Tajiquistão, Ucrânia e Uzbequistão, […]

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O Estado da Saúde e o Berbequim de Pedreiro

Vários especialistas têm chamado a atenção para o facto de a pandemia do novo coronavírus poder ter sido aproveitada para reforçar devidamente o Sistema Nacional de Saúde em Angola. Em vez disso, acontecem situações como a do uso de um berbequim de pedreiro para cirurgias ortopédicas no Hospital Geral do Moxico, unidade de saúde considerada pelo governador Muandumba uma das melhores do mundo! O covid-19 transferiu o Ministério da Saúde para a primeira linha das acções do governo. Este ministério passou, na prática, a ser o mais importante no funcionamento do governo e no processo de tomada de decisões presidenciais. Apesar de ser letal e invisível, o covid-19 não ganha a corrida das doenças no país, já que a dianteira é ocupada por endemias como a malária e a tuberculose, que só no primeiro trimestre deste ano foram responsáveis por 25 por cento do total de mortes no país. Trata-se […]

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Finanças do Hospital A. Boavida nas Mãos de Saqueadores

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, nomeou a 2 de Agosto passado um recém-licenciado em comunicação social, Adão Domingos José Manuel, de 47 anos, para o cargo de chefe do Departamento de Planeamento e Gestão Financeira do Hospital Américo Boavida. O Despacho nº 314/GAB.MIN/MS/2018, através do qual Sílvia Lutucuta nomeou Adão Manuel, é uma duplicação, uma vez que este funcionário já havia sido nomeado para o mesmo cargo cinco meses antes. Por ordem da mesma ministra, o director do hospital, Agostinho José Matamba, exarou a Ordem de Serviço nº 18/GDG/HAB/2018, de 19 de Fevereiro, para a colocação do funcionário que acabava de ser transferido do Ministério da Saúde, com o seguinte teor: “É o Sr. Adão Domingos José Manuel, técnico médio de 3ª Classe, nomeado para exercer o cargo de chefe do Departamento de Planeamento e Gestão Financeira.” Domingos José Manuel terminou a licenciatura em Maio passado. No Ministério da […]

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Ministério da Saúde Desbarata Fundos Públicos

Desde Abril passado, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, tem contratos por assinar no valor de 525,2 milhões de kwanzas, sem que os mesmos tenham sido submetidos a concurso público. Trata-se de contratos para a prestação de serviços ao Instituto Nacional de Investigação e Saúde (INIS, ex- Instituto Nacional de Saúde Pública). As empresas privadas têm sido pagas sem os contratos assinados e parte dos laboratórios do INIS estão paralisados por falta de reagentes. Como é isso possível? Pedimos esclarecimentos sobre a situação do INIS ao gabinete da ministra, mas ainda não obtivemos resposta. A urgência do sector da saúde impõe que publiquemos desde já a primeira de uma série de peças investigativas. O laboratório de Citometria de Fluxo — onde se realizam os testes de acompanhamento do estado de imunidade de pacientes seropositivos (CD4) — está paralisado há três meses por falta de reagentes. Por sua vez, o laboratório […]

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