Jacarés do Cuangar – Parte 2

M. D. Manuel – sementes e máquinas de costura Amélia Marta Kakuhu pagou, a 26 de Março, à empresa M. D. Manuel – Comércio e Serviços, um total de cinco milhões de kwanzas (ordem de saque n.º 63) para a aquisição de sementes e fertilizantes destinados à agricultura familiar. “Confirmámos a entrega de 60 sacos de adubo, que não custam cinco milhões de kwanzas”, denuncia a Fonte 1. Passados três dias, a 29 de Março, a mesma empresa recebeu um pagamento de dois milhões e 400 mil kwanzas (ordem de saque n.º 73) para a “aquisição de 20 máquinas de corte e costura para as mulheres rurais capacitadas na sede municipal e comunais”. Não houve entrega de nenhuma máquina de costura, assevera a Fonte 1: “As 20 máquinas que chegaram ao município foram adquiridas pela Adecofil. Não vimos aqui nenhuma máquina entregue pela M. D. Manuel.” Li Amões – vacinação […]

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Os Jacarés do Cuangar – Parte 1

Muito se tem falado sobre a necessidade imperiosa de realização de eleições autárquicas com vista à institucionalização das autarquias locais. Mais do que a mera discussão do assunto, é fundamental um escrutínio cabal dos actos da administração local do Estado que se encontra mais próxima das populações e que presta os serviços elementares que auxiliam na sua vida quotidiana. No Cuangar, para alguns cidadãos, a questão é ser ou não ser devorado por um jacaré, e de que forma a administração local responde a essa possibilidade. Nesta investigação do Maka Angola, sentimos de perto alguns dos actos da administração municipal do Cuangar, na província do Cuando-Cubango, que tem cerca de 40 mil habitantes. O Cuangar dista 400 quilómetros da capital provincial, Menongue, num trajecto rodoviário que consome mais de dez horas, devido ao estado das estradas. A sua administradora municipal é Amélia Marta Kakuhu. O Maka Angola tem-se dedicado a […]

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Adriano Pascoal Neto: A Corrupção da Velha Guarda

O delegado provincial das Finanças do Kuando-Kubango, Adriano Pascoal Neto, no cargo desde 2005, continua a viver os tempos áureos da corrupção institucionalizada como se nada fosse. Três empresas privadas pertencentes a altos funcionários da Delegação Provincial das Finanças receberam desta instituição pagamentos no valor total de 175 milhões de kwanzas. O Maka Angola investigou as três empresas e apresenta o primeiro trabalho sobre a Delegação de Finanças desta província. Quando contactado telefonicamente pelo Maka Angola para responder a questões relativas aos negócios da delegação, Adriano Pascoal Neto optou por não responder, em vez disso devolvendo-nos novas perguntas:  “Onde obteve as facturas?”, “Quem lhe deu essa informação?”, questionou o interlocutor, focado em descobrir a origem das informações. “São coisas muito sérias para falar ao telefone”, conclui o delegado ante a nossa insistência. Reserva-se-lhe agora o direito de resposta ao presente artigo. Vamos aos factos. Em 2019, o delegado, através da […]

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