Malária Ceifa Crianças em Cafunfo

Nelson Simão chora. Às 3h00 da madrugada, a sua filha Madalena Nelson, de oito meses, faleceu no Hospital Regional de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda Norte. Foi mais uma das inúmeras crianças que diariamente perdem a vida na vila de Cafunfo, devido a um surto de malária, desde Setembro passado. “Levei a menina ao hospital, por volta das 15h00, com febres, mas fomos atendidos apenas às 20h00. O médico passou-me uma receita para ir comprar os medicamentos na rua, a fim de tratar a criança. Quando regressei, depois de procurar pelos medicamentos, o médico deu-me outra receita para ir procurar outros medicamentos na rua”, conta Nelson Simão. Passadas algumas horas, o médico pediu à família para doar sangue, porque a criança precisava de uma transfusão. “Tiraram-nos o sangue, e não nos perguntaram sobre o grupo sanguíneo de cada um. Misturaram o sangue e fizeram a transfusão à criança. […]

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O Tétrico Negócio da Morgue do Hospital Regional de Cafunfo

“Os doentes não pagam. Só os mortos, para serem conservados por um ou dois dias na morgue”, explica um responsável do Hospital Regional de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte. Apesar de ser a zona mais rica de Angola, em termos de exploração aluvial de diamantes, a extrema pobreza na região atingiu também a administração local, que se vê obrigada a cobrar dinheiro pela conservação de cadáveres na morgue do hospital público. Zinha de Castro, de 40 anos, faleceu na madrugada de 4 de Maio. Justino Pedro, o seu ex-marido, informa o Maka Angola de que ela morreu de febre-amarela. “Tivemos de comprar um tambor de gasóleo [200 litros] por 35 mil kwanzas [US $212 ao câmbio oficial], para conservar o corpo dela na morgue do hospital. Entregámos ao chefe do património, Simão Jonas”, relata Justino Pedro, afirmando ainda que a epidemia de febre-amarela, em Cafunfo continua a espalhar-se […]

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