Comandantes da Polícia Torturam Laurinda Gouveia

Um oficial da Polícia Nacional tirou o telemóvel a Laurinda Gouveia, de 26 anos, e outro deu-lhe uma bofetada. Arrastaram-na pelos cabelos, por poucos metros, até a um patrulheiro da Polícia Nacional. Laurinda cometera um crime de lesa-pátria ao tentar manifestar-se para exigir a demissão do presidente José Eduardo dos Santos. O que se segue é o seu calvário. Estudante do segundo ano do curso de Filosofia da Universidade Católica e vendedora de churrasco, no passado dia 23 de Novembro, pelas 16h00, Laurinda Gouveia deslocou-se ao Largo da Independência, em Luanda, com mais três activistas. Enquanto os seus companheiros tentavam chegar ao monumento de Agostinho Neto, a jovem tirava fotos da “retaguarda”. “O patrulheiro da Polícia Nacional levou-me para a Escola 1º de Maio [Instituto Médio Comercial de Luanda], junto ao Largo. Seis comandantes da polícia e oficiais à paisana do SINSE fizeram um círculo para torturarem-me, enquanto os subordinados […]

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Quando o Presidente Autoriza a Violência Política

Camarada presidente, para que serve a Constituição, para além de legitimar o seu poder? Quem o aconselha a empregar a Polícia de Intervenção Rápida (PIR), uma força de elite, para torturar jovens manifestantes, jornalistas e políticos da oposição no seu comando central? Dirijo-lhe essas duas questões a propósito dos últimos actos de violência que essas forças cometeram contra jovens que organizaram uma vigília em memória da chacina de 27 de Maio de 1977, no mesmo dia do ano de 2014. O senhor presidente desempenhou um papel extraordinário naquele evento histórico, como protagonista de ambos os lados. Participou das reuniões preparatórias dos fraccionistas, lideradas por Nito Alves e Zé Van-Dúnem, assim como esteve do lado das forças leais a Agostinho Neto, que protagonizaram o massacre contra os fraccionistas e dezenas de milhares de cidadãos. Mas isso é outra história. A absoluta falta de respeito, por parte do seu governo, pelos direitos […]

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Ministro do Interior Coordena Operações de Repressão

“Essa foi a maior surra que apanhei. Preferia ter estado preso do que ter sido torturado dessa forma pela polícia”, explica Nito Alves estudante de 18 anos, um dos mais de 30 manifestantes detidos a 27 de Maio pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR) no Largo da Independência, em Luanda. Os manifestantes tentaram concentrar-se no centro do Largo, onde se encontra a estátua do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto.Um grupo de jovens havia informado, há semanas, a Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL) sobre a sua pretensão de organizar uma vigília de recordação do 27 de Maio de 1977, sob o lema “Chega de Chacinas”. A CACL não respondeu à informação. O advogado Albano Pedro realça que o silêncio da CACL, sobre a comunicação de manifestação, “é sinónimo de autorização”. Segundo o advogado, “há autorização tácita quando os interessados comunicam, com a antecedência consagrada na lei, e não há resposta das […]

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Polícia Espanca Manifestantes, Um Ferido Grave

Agentes da Policia Nacional dispersaram à bastonada os manifestantes que participavam na vigília convocada para esta tarde, em Luanda, pelo Movimento Revolucionário. Um dos manifestantes, Raúl Lindo “Mandela”, de 27 anos, foi brutalmente espancado e terá sido depois abandonado, inanimado, nas imediações da Shoprite. “Foi o Lucas Pedro quem deu conta do Mandela, desmaiado, porque havia um grupo de pessoas que o cercava”, explicou Domingos Cipriano “Aristocrata”, um manifestante que teve a missão de prestar assistência aos mais afectados pela violência policial. “Quando o Mandela recuperou os sentidos, já no nosso carro, ele explicou-nos que, na Sexta Esquadra da Polícia, junto à Cidadela, os agentes despiram-no e o torturaram com uma barra de ferro, depois vestiram-no outra vez e foram deixá-lo junto à Shoprite, desmaiado”, disse o Aristocrata. Segundo o Aristocrata, o Mandela deu entrada na Clínica do Prenda à meia-noite sem mobilidade nos membros superiores e inferiores. Por sua […]

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Apoiantes do MPLA Atacam em Luanda

Apoiantes da juventude do MPLA (JMPLA) protagonizaram, na madrugada de hoje, 10 de Agosto, actos de violência contra jovens da UNITA (JURA) no Largo da Independência, em Luanda. Segundo o secretário-geral da JURA, Fuca Muzemba, o incidente ocorreu quando os representantes da JMPLA, cerca de 40, começaram a retirar do largo as bandeiras da UNITA. “Nós aparecemos para constatar, mas a reacção da JMPLA foi violenta, atacaram-nos e danificaram duas viaturas nossas”, disse o representante da JURA. Por sua vez, Américo Kessongo relatou a forma como os atacantes envolveram os seus oponentes. “Os jovens do MPLA estavam mascarados, cercaram-nos, ameaçaram-nos que nos matavam ali mesmo, manipularam as armas e pistolas, e começaram a bater-nos com ferros e matracas”, afirmou o militante da UNITA. De acordo com o interlocutor, os indivíduos da UNITA ligaram a outros membros do seu partido a solicitar apoio, e aos defensores do MPLA bastaram assobios para […]

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