As Trapalhadas de João Lourenço com a Boeing

Costuma-se dizer que não há duas sem três. Recentemente descrevemos as peripécias que tinham originado o Despacho Presidencial n.º 52/19, de 9 de Abril, que revogava o Despacho Presidencial n.º 12/19 de 14 de Janeiro. Ambos os despachos tinham sido assinados pelo presidente da República no espaço de três meses. No primeiro, o presidente tinha autorizado a compra de dezenas de aviões Boeing para renovar a frota da TAAG (Linhas Aéreas de Angola), enquanto no segundo revogava essa autorização e mandava obter a rescisão contratual com a empresa americana. Também informámos que esta mudança da atitude presidencial tinha sido precipitada pela visita do FMI (Fundo Monetário Internacional) a Luanda, no âmbito do programa de apoio à economia nacional que esta organização está a proceder. Os membros do FMI tinham sido claramente adversos a esta operação, que consideravam um dispêndio de dinheiro injustificado na presente conjuntura de endividamento e estagnação da […]

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Demissão, Já

Espera-se que este artigo esteja atrasado e que, quando for publicado, Ricardo Viegas de Abreu e José Carvalho Rocha (este último na foto) já se tenham demitido. Se tal não aconteceu é sinal de que o presidente da República João Lourenço foi vencido e já não preside. Ocupa o cargo, mas não tem poder, como se dizia do frágil e indeciso antigo primeiro-ministro britânico John Major, após a quarta-feira negra em que a libra saiu do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio. Ricardo Viegas de Abreu é o ministro dos Transportes e foi o responsável pela montagem da operação de compra dos aviões para a TAAG que redundou num fiasco e acabou por ser cancelada a instâncias do FMI (Fundo Monetário Internacional) pelo presidente  João Lourenço no passado dia 9 de Abril. As informações entretanto obtidas pelo Maka Angola confirmam que foi Ricardo Viegas de Abreu quem planeou e executou […]

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A Insustentável Situação de Isabel dos Santos na Sonangol

A dívida financeira da Sonangol soma e segue, e a posição de Isabel dos Santos como gestora competente é cada vez mais um fracasso absoluto. A Sonangol deve às operadoras petrolíferas mais de três biliões de dólares em cash calls, os pedidos de dinheiro mensais para os custos de operação dos blocos petrolíferos. Só à Total, a dívida ascende a mais de 600 milhões de dólares. Seguem-se a italiana ENI, com mais de 450 milhões de dólares, e a Chevron, com cerca de 400 milhões de dólares. Há duas semanas, a presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos, disse à Reuters que a petrolífera nacional já reduziu as suas dívidas em três biliões de dólares, relacionados com os cash calls. Pagou apenas alguns referentes a 2016, mas deixou outros aumentar. Dizer o que se reduz sem dizer o que se aumenta não passa de mera criatividade. O […]

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As Contas Mágicas da Sonangol

A presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Isabel dos Santos, apresentou, a 3 de Julho passado, as contas da Sonangol relativas ao ano de 2016. A acreditar na conferência de imprensa, o sucesso alcançado pela sua gestão só é comparável ao dos maiores gestores milagreiros do mundo. Precisamente por se tratar de um milagre, de uma extraordinária revelação isabelina, o Maka Angola resolveu reportar este verdadeiro estudo de caso. Sob forte contestação pública, a filha do presidente assumiu o controlo da Sonangol no segundo semestre de 2016. As contas que agora apresenta visam demonstrar a sua elevada competência, uma vez que, aparentemente, em apenas seis meses Isabel transformou um gigante atolado em dívidas e à beira da falência numa empresa lucrativa. Vejamos, pois, essas contas. Da leitura atenta do Relatório de Gestão e Contas Consolidadas de 2016 e das respectivas Notas às Demonstrações Financeiras ressaltam várias questões essenciais para […]

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Opacidade e Falência no “Império” de Isabel dos Santos

A riqueza de Isabel dos Santos tem habitualmente sido abordada na perspectiva da sua misteriosa origem. Contudo, hoje, depois das muitas investigações levadas a cabo por vários especialistas e jornalistas, já se pode dizer com segurança que a origem da fortuna não foi a venda de ovos nem o restaurante Miami Beach, instalado na Baía de Luanda. Também se pode dizer com segurança que a riqueza de Isabel dos Santos assenta nos contratos iniciais de diamantes com Arkady Gaydamak, bem como, e sobretudo, nas “parcerias” com as empresas estatais angolanas, entre as quais que se destaca a Sonangol. A Sonangol é, de resto, a fonte dos investimentos de Isabel dos Santos na Galp, na Unitel e no BPI, pelo menos. Assim sendo, já se estabeleceu o padrão da origem da fortuna de Isabel dos Santos, e este padrão resulta de uma actividade essencial: o financiamento público da fortuna pessoal, através […]

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Trio Presidencial Lidera o Saque aos Bens do Estado angolano

No seu último relatório “Presidência da República: O Epicentro da Corrupção em Angola”, o jornalista angolano e activista dos direitos humanos Rafael Marques de Morais expõe as ligações de um triunvirato de altas figuras, do círculo restrito do presidente José Eduardo dos Santos, a negócios ilícitos. Compõem o trio o ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, o chefe de Comunicações da Presidência da República e o presidente do Conselho da Administração e director-geral da Sonangol, respectivamente o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, o general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Manuel Vicente. “As suas negociatas não distinguem entre o património público e o interesse privado. Essa promiscuidade tem garantido a transferência de milhões de dólares, em termos de bens públicos, para as suas iniciativas privadas”, diz Marques de Morais. Um dos mecanismos usados pelos referidos dirigentes para assegurar os seus interesses particulares […]

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