Jornalistas Apresentam Queixa Contra Polícia

Os jornalistas Rafael Marques de Morais e Alexandre Solombe apresentaram, hoje, uma queixa formal contra o Estado angolano, em reacção à detenção ilegal, agressões físicas e ameaças de fuzilamento a que foram sujeitos por parte de agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), a 20 de Setembro.
 
Na queixa, endereçada ao Procurador-Geral da República, general João Maria Moreira de Sousa, os jornalistas denunciam também a apreensão e os danos causados aos seus equipamentos de trabalho, como um atentado à liberdade de imprensa.
 
Os jornalistas, incluindo o correspondente da Voz da América Coque Mukuta, entrevistavam um grupo de jovens que havia sido libertado, sob termo de identidade e residência. Uma composição de 45 agentes da PIR cercou-os e deteve-os, a cerca de 300 metros do Tribunal das Ingombotas, assim como sete dos oito réus.
 
Conotados com o auto-denominado Movimento Revolucionário, um grupo informal de manifestantes, os jovens respondiam em julgamento sumário por tentativa de protesto contra as injustiças sociais, a 19 de Setembro. Um forte aparato policial impediu a realização do evento, inicialmente marcado para o Largo da Independência, em Luanda.
 
O jornalista Coque Mukuta, correspondente da Voz da América, e sete jovens manifestantes foram detidos na mesma operação policial.
 
Na queixa entregue hoje, os jornalistas indicam que foram violentamente pisoteados por agentes da PIR, por ordens directas de um oficial da corporação, e alvo de ameaças de morte.
 
“(…) A facilidade com que os agentes e oficiais incitavam ao fuzilamento, merece profunda preocupação da sociedade sobre os actos que levam os agentes da PIR e seus superiores hierárquicos a banalizar a vida dos seus concidadãos”, apelam os queixosos.
 
A detenção dos jornalistas foi fortemente condenada pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos e por várias organizações internacionais de direitos humanos e de defesa da liberdade de imprensa. 

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